Figuração do sagrado na estética barroca

O Barroco, enquanto “estilo” artístico, é um dos marcos mais visíveis de um vasto movimento cultural que predominou do final do século XVI até ao fim do século XVIII, propondo um desenvolvimento dinâmico, apaixonado e dramático, caracterizado pelo gosto por composições elaboradas, a exaltação dos sentimentos, forte expressão emotiva, luminosidade intensa e assimetrias.
Um conjunto de imagens sacras dos séculos XVII e XVIII permite colocar em destaque alguns pressupostos de ordem religiosa e estética, bem como algumas considerações de natureza técnica, que ajudam a compreender a arte barroca – um vasto movimento cultural que se desenvolve numa enorme variedade de tendências estéticas e formas de pensamento.
Concebida para integrar nichos e sobretudo os retábulos dos altares em talha dourada, a imaginária em madeira passa a dominar o universo das figurações, substituindo as imagens em pedra. Tanto pela sua maleabilidade como pela facilidade da sua extração, a madeira é eleita pela nova estética como o material mais apreciado, associando-se aos efeitos do ouro e das cores (policromia), que no seu conjunto traduzem uma leitura plástica de poderosa eficácia emocional.